domingo, 12 de julho de 2009

olhos atentos e assustados


Dirigi-lhe a palavra como se demonstrasse certa preocupação, a palavra saia aveludada, porem áspera. Rasgava os ouvidos de qualquer um, alfinetava qualquer sentimento úmido recolhido em meio ao varal sentimental... Olhou-me com os olhos atentos e assustados, e após alguns, demasiadamente longos, segundos fez com que ficassem molhados.

Dizer com palavras desiludidas que não conseguiria, nem com grande esforço corresponder a tudo o que provavelmente esperavam de mim, foi mais duro do que assumir o próprio ato falho... Mais pesado que isso, é colocar na balança quantas vezes julguei os que fizeram isso comigo, chamando-lhes cafajestes, já que no meu caso não foi um ato tão canalha assim... Diria até um tanto quanto digno, se considerar-mos a real necessidade de fazer ser sincero.

O fato é repensar a forma de agir, e até mesmo a forma de julgar... Do mesmo jeito que não adianta tentar ser algo que você sabe desde o inicio que não consegue ser, existem outras pessoas que talvez não o consigam ser, e que também não querem tentar, não querem colocar a conta em risco.

E portanto, nem sempre quando me disseram "não vou corresponder a tudo o que você espera" foi de fato desculpa esfarrapada...

Mas como disse... Nem sempre.

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